As competições seniores e de formação da Associação de Futebol do Porto (AFP) vão ser retomadas no fim de semana de 8 e 9 de maio, anunciou o presidente José Manuel Neves, em entrevista ao Porto Canal.
Contudo, o líder da maior associação do país ainda não divulgou qual o molde competitivo que será adotado para o regresso das provas seniores, que estão paralisadas desde o dia 10 de janeiro.
De acordo com o plano de desconfinamento divulgado pelo Governo, as modalidades desportivas de médio risco, nas quais está incluído o futebol, só estão autorizadas a partir de 19 de Abril. Será nessa data, passados mais de três meses após a paralisação, que serão retomados os treinos, sendo que a competição regressa no segundo fim de semana de maio.
“Ouvimos os cerca de 300 clubes, quer de futebol, quer de futsal, e daí ressaltou uma ideia: cerca de 90% das equipas quer jogar. Portanto, é para aí que vamos partir. O Governo decidiu que os escalões seniores podem começar a treinar a 19 de abril e, depois, iniciaremos a competição sénior a 8 e 9 de maio”, revelou.
José Manuel Neves não esclareceu em que moldes será feita a retoma competitiva, sendo certo que até final de junho não será possível encaixar as jornadas que estão por cumprir em todas as divisões.
Um dos cenários apontados passava pela realização apenas dos jogos que restam para concluir a primeira volta e, dessa forma, ser possível homologar a classificação, e consequentemente definir subidas e descidas, tal como está previsto em regulamento.
No entanto, o presidente da AF Porto disse esperar que “a pandemia deixe fazer os meses que restam para está época”, o que poderá indicar que os campeonatos devem jogar-se, pelo menos, até final de junho.
“Vamos jogar. Vamos ver a forma como o vamos fazer. Não temos ainda o critério afinado, mas divulgá-lo-emos muito rapidamente”, assegurou.
Nesta entrevista ao Porto Canal, José Manuel Neves revelou preocupação pela débil saúde financeira dos clubes, devido ao impacto provocado pela pandemia da Covid-19. E aguarda que o Governo conceda “rapidamente” o anunciado “apoio de 60 milhões de euros ao futebol”.
“Sabemos que 30 milhões são para os clubes e 30 milhões são para as associações e federações. É uma medida que só peca por tardia. Espero que chegue a tempo, porque qualquer dia vem a ajuda financeira e não temos clubes”.
“Isto é catastrófico. Há clubes que não têm dinheiro para pagar o IUC de um automóvel, para pagar a luz, não têm dinheiro para coisa nenhuma. Portanto, ou rapidamente vêm verbas ou qualquer dia não temos clubes para a competição”, sublinhou.
José Manuel Neves considera que existe “o risco real da extinção de alguns clubes”, acrescentando que, se não fosse “os apoios das Câmaras Municipais e das Juntas de Freguesias, muitos certamente já não existiriam”.
Sobre a ausência de espetadores nos estádios, importante “fonte de receita para os clubes”, o presidente da AF Porto confessa que não compreende “o critério do Governo”, quando o permite a presença de público em outras atividades.
“Não percebemos porque é que os nossos estádios, por exemplo, com capacidade para cinco mil pessoas não possam levar 200 ou 300 pessoas? É preferível ter espetadores de uma forma ordenada dentro dos estádio, do que fora, sem máscara, amontoados uns em cima dos outros. Só queremos que nos expliquem qual é o critério e o que teremos de fazer para o público regressar em segurança aos estádios”, questionou.
TVSH 2021