O mercado está assustado e os consumidores indecisos, depois do anúncio de aumento caso covid, aumento de internamentos, diminuição da eficácia da vacina, e as medidas de restrição sugeridas pelos especialistas: teletrabalho, uso de máscaras na rua, diminuição de pessoas em espaço fechados.
A Fixando, plataforma que liga clientes a especialistas no sector dos serviços, releva que incerteza quanto às restrições perante o atual aumento de casos já se fazem sentir na procura por serviços, e que na sexta-feira passada, data marcada pela reunião no Infarmed e consequente expectativa de novas medidas, se registou uma quebra na procura de serviços na ordem dos 24% face à sexta-feira da semana anterior, e uma quebra no envio de propostas por parte dos especialistas na ordem dos 27%.
“Estes números refletem uma tendência que já verificada noutros momentos de incerteza pandémica: os portugueses adiam as suas necessidades e projetos parta perceber melhor o futuro, o que acaba por resultar numa concentração posterior de procura, que leva a uma subida de preços e a uma falta de capacidade de resposta por parte dos especialistas. Refere Segundo Alice Nunes, Diretora de Novos Negócios da Fixando,
“Mantendo-se esta situação de incerteza por mais uma semana, e consequente quebra na procura e na oferta, projetamos que o setor dos serviços volte a retrair-se e que, ao contrário do esperado, não consiga atingir os valores pré-pandemia.” Conclui.
Já o site de comércio eletrónico Insania refere que a “utilização da máscara não afeta os negócios, mas o teletrabalho e as limitações no número de pessoas em espaços fechados tem um impacto negativo no comércio de rua e um impacto positivo no e-commerce, porque é no digital que o consumidor vai encontrar aquilo que procura: facilidade, rapidez e conveniência”.
Maria Amélia Teixeira, CEO do Insania afirma que apesar da incerteza que se começa a sentir no momento, o que se nota agora “são os efeitos negativos dos sucessivos confinamentos, desde o aumento da inflação à falta de matéria-prima, e dificuldades nas entregas que podem não chegar até ao Natal. Para contornar as dificuldades, abrimos um centro logístico e reforçamos o stock de produtos”
Já a euPago, fintech portuguesa dedicada aos pagamentos online, acredita que o país não vai ter medidas tão restritivas como no ano passado, mas já estão preparados para um eventual confinamento, visto que têm um impacto positivo no comércio eletrónico e um aumento significativo nas transações online.
Segundo Telmo Santos, CEO da fintech, “as vendas online ajudaram os negócios a ultrapassar a crise, embora tenha havido uma quebra acentuada de mais de 30%, em 2021, que se agravaram com a fim dos confinamentos, dado que as pessoas começaram a comprar menos online para passarem a comprar mais no comércio tradicional.”
Embora Portugal seja dos países com maior taxa de vacinação e o aumento de casos não tenha o mesmo impacto na saúde e na atividade económica que teve antes da vacinação, os casos de internamentos aumentam e é preditivo que continuem a aumentar com a chegada do inverno e a diminuição da eficácia das vacinas.
TVSH 2021