O desastre económico e social esteve em debate.
Apesar da desindustrialização que assola o País há décadas e nos torna mais dependentes e devedores, 25 por cento do emprego no Norte do País ainda está afecto ao sector industrial (no total do País já é apenas de 17%). Os números da recuperação económica entre 2013 e 2019 indicam que dos 170 mil novos empregos criados no norte do País, 41% foram afectos ao sector industrial.
O encerramento da Refinaria de Leça vai ser uma machadada nesta recuperação.
As estatísticas apontam para que por cada posto de trabalho que se vai perder com o encerramento da Refinaria se vão perder 7 postos de trabalho nas indústrias associadas. A estes números soma-se o desastre para a vida das micro, pequenas e médias empresas de Matosinhos cuja economia sempre esteve ligada aquela unidade. Milhares perderão o seu emprego.
É uma contradição difícil de explicar que a Comissão de Desenvolvimento Regional aponte o reforço e modernização do sector industrial no Norte como um dos objectivos da programação de investimentos até 2027 e o Governo colabore para que desapareça uma das principais alavancas para atingir esse objectivo.
Não é aprofundando a dependência energética externa, produzindo menos, importando mais, que vamos ultrapassar as dificuldades em que estamos mergulhados.
O País perde,
o Norte perde muito,
Matosinhos é quem perde mais.
É possível e necessário reverter
esta decisão absurda.
TVSH 2021