PJ deteve ainda o filho, o advogado e o revisor oficial de contas no âmbito da operação ‘Última Edição’.
O dono do grupo Impala foi detido com mais três pessoas, o filho de Jacques, o advogado e ainda o revisor oficial de contas, no âmbito da operação da PJ ‘Última Edição’. Dez pessoas foram ainda constituídas arguidas. Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos.
O esquema que passaria pela manipulação da contabilidade de várias empresas com prejuízo para os trabalhadores, apurou o CM. Jacques Rodrigues conseguia ficar com o património passando-os para o nome de outras pessoas e abrindo outras empresas.
Existiam já dezenas de queixas contra o dono do grupo Impala nos tribunais, mas Jacques Rodrigues conseguiu sempre escapar à justiça.
A operação decorreu em Lisboa, Sintra, Cascais, Oeiras, Amadora, Santo Tirso, Porto, Matosinhos e Funchal, com a autoridade a proceder à execução de trinta e dois mandados de busca, oito buscas domiciliárias e vinte e quatro buscas não domiciliárias, segundo um comunicado da PJ.
Foram também realizadas seis buscas em empresas com atividade no domínio da Comunicação Social, quatro em Sociedades/Gabinetes de Revisores Oficiais de Conta e uma em escritório de Advogado.
“Em causa está uma investigação criminal cujo objeto visa um plano criminoso traçado para, entre o mais, ocultar a dissipação de património, através da adulteração de elementos contabilísticos de diversas empresas, em claro prejuízo de diversos credores, v.g., os trabalhadores, fornecedores e o Estado, estando reconhecidos créditos num valor total de cerca de 100.000.000,00€ (cem milhões de euros)”, diz o comunicado.
“Acresce a forte indiciação do desvio de valores com origem nas estruturas societárias, para fora do território nacional, num montante global que ascenderá a largas dezenas de milhares de euros”, acrescenta.
Os detidos serão presentes no Tribunal de Instrução Criminal de Sintra, para realização do primeiro interrogatório judicial de arguidos detidos, para serem aplicadas as medidas de coação tidas por adequadas.
Segundo a Sábado, um grupo de 27 credores/trabalhadores da Descobrirpress, a dona do grupo de media Impala, informou que a empresa omitiu que em 2020 fez um despedimento coletivo e acrescentam que a empresa conseguia, através de transações milionárias entre as empresas do grupo Impala, transformar dívidas em capital.
Os Processos Especiais de Revitalização pedidos pela empresa, iniciados em 2014, atrasam há vários anos o pagamento de dívidas a antigos e atuais trabalhadores da empresa.
Créditos: CM
TVSH 2023