AMP e Metro do Porto querem crescimento contínuo para evitar estagnação

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Os presidentes da Área Metropolitana do Porto e da Metro do Porto manifestaram-se hoje favoráveis a um crescimento contínuo da rede de metro, querendo evitar períodos de estagnação nos investimentos, como aconteceu na última década.

 

“O desafio que aqui deixei foi não optar por construir ou planear. É possível continuar a construir e, ao mesmo tempo, continuar a planear”, disse Eduardo Vítor Rodrigues à Lusa, após a conferência “Mobilidade: Da coesão social à descarbonização”, organizada pelo Jornal de Notícias (JN) e Metro do Porto, para assinalar os 20 anos de operação comercial, que se celebram hoje.

Também Tiago Braga, presidente da Metro, falou à Lusa à margem da conferência que decorreu na estação de metro do Campo 24 de Agosto, no Porto, dizendo que o objetivo da empresa é ter “verdadeiramente um ‘pipeline’ [canal] de projetos em execução”.

“Verdadeiramente, até 2017 houve praticamente 10 anos sem investimento. A partir de 2017 retomámos o investimento”, salientou, tendo assinalado anteriormente que o quadro financeiro europeu atual começou em 2013 e que pretende “evitar” mais anos sem investir.

A ideia tinha sido veiculada no painel em que participaram com Cecília Silva, professora na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), numa conferência em que também participaram o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, o secretário-geral da Associação Internacional do Transporte Público, Mohamed Mezghani, e a diretora do JN, Inês Cardoso.

“Não podemos permitir que haja um intervalo de tempo em que não se faz nada”, tinha dito Eduardo Vítor Rodrigues no painel.

Quanto a futuras linhas, o presidente da AMP e também da Câmara de Gaia destacou tanto a linha de Gondomar como a nunca concretizada ligação à Trofa.

“Eu não tenho dúvidas em dizer que do ponto de vista dos critérios da União Europeia, e do financiamento do qual dependem as linhas, a linha de Gondomar é aquela que tem a sustentabilidade económico-financeira garantida”, disse Eduardo Vítor Rodrigues.

Quanto à Trofa, disse que a solução puramente ferroviária “pode não ter, hoje, sustentabilidade económico-financeira como a União Europeia exige, mas tem subjacente um compromisso político e ético” e a solução em BRT (Bus Rapid Transit, vulgo ‘metrobus’), “depois de estar em operação, vai ter um crescimento suficientemente importante de clientes para a tornar sustentável.

Assim, a solução que está em ‘cima da mesa’ por parte da Metro do Porto implica a componente mista, com BRT, considerando Eduardo Vítor Rodrigues disse que essa é “facilmente adaptável, com o crescimento da procura, a uma extensão da linha” ferroviária.

Por seu lado, Tiago Braga apontou que a linha de Gondomar, das que estão em estudo “é das linhas que apresenta maior procura”, e na da Trofa a parte económica “já está sustentada”.

“A mudança de um sistema de metro ligeiro para um sistema que agregue uma parte da operação em BRT visou precisamente isso, dar resiliência financeira ao projeto, para que que fosse considerado elegível”, disse à Lusa.

Segundo explicou, a Metro não quis correr o risco de ter “um VAL [valor atualizado líquido] económico negativo que inviabilizaria de imediato uma candidatura do financiamento da comunidade europeia”.

 

Créditos: Lusa

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