Matosinhos calcula custos da operação do metrobus após adjudicar a obra

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A Câmara de Matosinhos vai realizar um estudo económico-financeiro para determinar os custos da operação do metrobus, cuja obra para a ligação entre o mercado municipal e o aeroporto já foi adjudicada

A Oposição critica a realização tardia desta avaliação, considerando que deveria ter sido acautelada antes da adjudicação da empreitada.

A nova linha do metrobus de Matosinhos, que ligará o mercado municipal, junto ao Porto de Leixões, e a estação de metro dos Verdes, na Maia, vai ser alvo de um estudo de viabilidade económico-financeiro para determinar os custos da operação, tendo a autarquia solicitado um parecer prévio com vista à contratação do serviço. A análise tem um prazo de execução de dois meses e custará cerca de nove mil euros.

“O procedimento de prestação de serviços para a realização do estudo de viabilidade económico-financeira para o sistema BRT/metrobus de Matosinhos visa a operação e exploração do serviço público” por esse transporte, “por forma a sustentar o modelo preconizado e o cálculo de compensações por obrigações de serviço público”, explicou a Câmara de Matosinhos.

E se for inviável?

No entanto, para a Oposição, a realização do estudo após ter sido adjudicada a construção da obra é “ridícula”, uma vez que poderá determinar que a operação é “inviável em termos de custos”. “Teria sido prudente ter desenvolvido este estudo antes. Não deixa de ser preocupante que este estudo seja feito a meio da obra. E se determina que a operação é inviável?”, alerta José Pedro Rodrigues, vereador do CDU em Matosinhos.

Bruno Pereira, vereador da coligação PSD/CDS, garante que a altura escolhida para realizar o estudo de viabilidade da operação é “ridícula”, estando a Câmara de Matosinhos a “construir a casa pelo telhado”. Porém, o Município, liderado pela socialista Luísa Salgueiro, defende que “não faria sentido fazer um estudo de viabilidade de operação, antes de aferir a viabilidade da construção da infraestrutura. São fases distintas do processo, que está a correr conforme o planeado”.

Os autarcas da Oposição concordam que o projeto não irá colmatar os problemas de mobilidade existentes no município. O independente António Parada complementa que não faz sentido a realização do estudo neste momento, sendo que “todos os estudos” deveriam ser realizados antes de se adjudicar uma obra.

Menos eficaz em Leça

Acresce que, para Parada, o projeto do metrobus é “desastroso”, pois terá um troço em que se irá “misturar com o trânsito rodoviário”, o que poderá pôr em causa a rapidez para o qual foi projetado.

José Pedro Rodrigues defende que o “BRT é cada vez menos eficaz para satisfazer as necessidades de mobilidade, sobretudo em Leça de Palmeira”. O comunista realça que a prioridade deveria ser a construção de uma linha de metro paralela à A28. Bruno Pereira diz que seria mais importante o metrobus “chegar à zona antiga de Leça da Palmeira do que fazer o prolongamento da linha para o Mar Shopping e para o aeroporto”.

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