Galp “aprendeu as lições da difícil decisão sobre Matosinhos”

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A Galp Energia aprendeu algumas das “lições” depois da decisão de fechar a refinaria de Matosinhos, nomeadamente sobre como poderia ter interagido melhor com os trabalhadores para evitar uma reação negativa, admitiu Andy Brown, presidente executivo da empresa.

“Realmente aprendemos algumas lições. Como poderíamos ter engajado mais, como poderíamos ter feito de forma que não obtivéssemos a reação que tivemos”, disse Brown, em entrevista à Lusa durante a Web Summit, em Lisboa,

A Galp anunciou em 21 dezembro de 2020 o fecho da refinaria aos 1.600 trabalhadores, tendo desligado a última unidade de produção em 30 de abril, na sequência da decisão de concentrar as operações em Sines.

O primeiro-ministro António Costa teceu em 19 de setembro, durante a campanha eleitoral para as autárquicas, duras críticas à Galp sobre a decisão de encerrar a refinaria, dizendo “que quem se porta assim tem de levar uma lição”.

Brown sublinhou que a opção de encerrar a refinaria foi uma decisão muito difícil tomada pela anterior comissão executiva, recordando que a unidade perdeu 800 milhões de euros entre 2005 e 2020.

“Para o grupo e para o país, já não era uma refinaria viável e a Galp trabalhou muito para descobrir se havia soluções técnicas para isso e no final do ano passado, principalmente depois de um ano muito difícil sem ninguém nas estradas e com os preços do petróleo muito baixos, foi uma coisa muito difícil e a Galp teve de tomar aquela decisão”, disse.

“Acho que continuaremos a aprender e a melhorar, mas a decisão, ninguém duvida que era uma decisão que precisava de ser tomada”, frisou.

O gestor britânico explicou que o facto de o anúncio ter sido feito pouco antes do Natal relaciona-se com a legislação societária, pois logo que há uma decisão passível de divulgação, o “board” tem de divulgá-la.

“Há algumas lições a serem aprendidas com isso. O que queremos é ter certeza que, à medida que avançamos, quando passamos pela transição de confiança, pela mudança do nosso portefólio, temos que realmente pensar profundamente sobre as consequências e as consequências indesejadas e isso é algo no qual eu estou a trabalhar muito”, adiantou.

Brown disse que a Galp quer fazer de Matosinhos “um futuro polo de inovação de que nos orgulharemos, pois é um imóvel fantástico”.

 

Créditos: Lusa

 

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