Construção das eólicas em Matosinhos “é acabar com pesca do cerco”

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Manuel Loff, deputado do PCP, vai exigir ao Governo “a suspensão” do projeto do Parque das eólicas em Matosinhos por não haver nenhum estudo.

Agostinho Mata, presidente da Propeixe, associação de armadores que representa a maioria dos barcos que estão no Porto de Leixões, em Matosinhos, não tem dúvidas: a construção do parque eólico a três quilómetros da costa “está fora de questão, não faz sentido, só por imposição”, dando conta que se o projeto avançar  “muito da pesca local desaparecerá desta zona”. Já foram milhares, mas atualmente em Matosinhos existem cerca de 600 pescadores.

Esta foi uma das “preocupações” que Manuel Loff, deputado do PCP na Assembleia da República, ouviu esta segunda-feira, na Docapesca de Matosinhos, depois de também ter auscultado o Sindicato dos Pescadores. “Para um tipo de pesca que é muitíssimo representativo, no caso da pesca do cerco, a construção deste parque vai literalmente acabar com ela. E não só porque naquela mesma área se deixaria de poder pescar, mas também em Vila do Conde, Póvoa de Varzim e na Afurada”.

Para o deputado do PCP, “a parte mais surpreendente é que não há um único estudo sobre o impacto ambiental” que os parques eólicos vão criar, admitindo exigir ao Governo a “suspensão dos projetos”. “Não se avança nem mais um centímetro em todo este projeto sem haver os respetivos estudos”, sublinhou.

“Impacto tremendo”

José Pedro Rodrigues, vereador do PCP em Matosinhos, é da opinião que “há uma ligeireza e uma leviandade na discussão desta matéria que é chocante”, criticando “o facto de terem de ser as autarquias  a desenvolver estudos que o Governo deveria ter obrigação de fazer e de apresentar de forma estratégica”.

Para o vereador, “Matosinhos está a pagar uma fatura pesada de uma precipitação”, salientando “o impacto tremendo” que o projeto das eólicas terá nos “ecossistemas costeiros e na própria comunidade”.  José Pedro Rodrigues –  que prometeu amanhã abordar este assunto na reunião privada do Executivo –  frisou que “a Câmara não pode aceitar que o Governo não faça um estudo integrado de todos os impactos”, exigindo de igual forma “informação necessária para que o Município possa analisar o assunto devidamente”.

Câmara confirma que parque ficará afastado da costa

A Câmara de Matosinhos confirmou, na semana passada, que a potência das eólicas “offshore” que seriam implementadas a três quilómetros da zona costeira será transferida para um complexo a 38 quilómetros da costa, que será alargado. De acordo com o vice-presidente, Carlos Mouta, “a nova área de Leixões [mais distante] aumentou cerca de 39%”, tendo também sido “afastada” da linha de costa, de forma a “minimizar os conflitos com a pesca local”.

Créditos: Jornal notícias

TVSH 2023

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