O anúncio foi feito em conferência de imprensa, depois de um encontro de cerca de trinta minutos entre ambos, numa reunião em que participaram igualmente o secretário-geral e coordenador autárquico José Silvano e o vice-presidente Nuno Morais Sarmento.
Carlos Moedas será assim candidato à autarquia contra Fernando Medina, do PS, atual presidente da Câmara de Lisboa.
Nascido em Beja em 1970, Carlos Moedas licenciou-se em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, em 1993, e é atualmente administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, para o mandato 2020-2025.
Com um percurso profissional na área financeira e de investimentos, da sua carreira política destaca-se a eleição como deputado por Beja em 2011, ano em que viria a desempenhar funções como secretário de Estado ajunto do primeiro-ministro, Passos Coelho, coordenando a estrutura de ligação com a ‘troika’, a ESAME.
Em 2014 foi nomeado comissário europeu, responsável pela Investigação, Inovação e Ciência, gerindo um dos maiores programas de ciência e inovação do mundo, no valor de 77 mil milhões de euros.
No PSD, Carlos Moedas fez parte da equipa social-democrata que negociou a aprovação do Orçamento do Estado para 2011 juntamente com Eduardo Catroga.
No seu percurso profissional, integrou a equipa do banco de investimento Goldman Sachs – na mesma altura em que António Borges trabalhou na instituição -, na área de fusões e aquisições, e foi gestor de projetos para o grupo Suez, em França, entre 1993 e 1998.
Rio diz que sempre considerou Moedas “a melhor solução” para Lisboa
O presidente do PSD afirmou hoje que sempre considerou Carlos Moedas a “melhor solução” para a Câmara Municipal de Lisboa, defendendo que o partido não está obrigado a vencer na capital, mas que tinha de apresentar “uma candidatura forte”.
Na declaração sem direito a perguntas, Rui Rio disse já ter comunicado a decisão ao presidente do CDS-PP, havendo uma “vontade comum” que Carlos Moedas seja o candidato dos dois partidos à Câmara.
“Nenhum partido é obrigado a ganhar nenhuma Câmara, nem sequer Lisboa, mas um partido com a dimensão do PSD é obrigado a apresentar aos cidadãos de Lisboa uma candidatura forte para poderem escolher”, defendeu.
Rio admitiu que, para a Câmara de Lisboa, “havia várias soluções possíveis”.
“Desde o início, achei que a melhor solução que o PSD tinha para apresentar aos cidadãos de Lisboa era o engenheiro Carlos Moedas”, afirmou.
O líder do PSD admitiu que, se para si esta era uma opção “fácil”, para o atual administrador da Gulbenkian foi “uma decisão de vida”, que tinha de ser ponderada.
“Esta ponderação estava a ser feita desde há algum tempo a esta parte. A pressão tem aumentado e, nos últimos dias, houve uma enorme pressão e uma enorme especulação e entendemos, em particular o engenheiro Carlos Moedas, que devíamos acelerar a nossa decisão”, explicou Rio.
Por isso, acrescentou, a decisão “foi acelerada e está tomada e foi sim”.
“O engenheiro Carlos Moedas é o candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa”, disse.
O líder do PSD disse já ter comunicado a decisão ao presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, em vésperas de os dois partidos assinarem um acordo-chapéu para as coligações autárquicas.
“A vontade comum é que o candidato seja candidato do PSD e do CDS à Câmara Municipal de Lisboa”, referiu.
Rio remeteu todas as perguntas para “o início da próxima semana”, altura em que Carlos Moedas deverá explicar as razões da aceitação do convite.
“Dentro de alguns dias, poucos, iremos dar mais candidatos. Iremos dar provavelmente mais cem candidatos às câmaras municipais já nos próximos dias. Tal como eu tenho dito, estamos a trabalhar profissionalmente nesta matéria e os resultados vão-se ver”, afirmou, salientando que a coordenação autárquica está a trabalhar desde junho.
Ao contrário da maioria das Câmaras, os casos de Lisboa e Porto não passam por propostas das concelhias e distritais.
Uma deliberação da direção do PSD de junho passado já tinha determinado que a escolha dos candidatos a presidentes de câmara das capitais de distrito, “nomeadamente de Lisboa e Porto”, seria “da exclusiva responsabilidade da Comissão Política Nacional”.
*Com Lusa