Câmara de Matosinhos muda Brito Capelo e quer acabar com carros na rua

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Lojistas discordam de renovação do pavimento nos troços a sul, mas o projeto visa banir circulação e estacionamento ilícito na rua pedonal.


 Do interior do cabeleireiro, Graça Poças lança o olhar pela janela. “Não concordo”, responde de imediato ao esticar o braço em direção a uma equipa de trabalhadores ao serviço da Câmara de Matosinhos. Estão em trabalhos preparatórios para avançar com a repavimentação da Rua de Brito Capelo. Para a comerciante de 64 anos, “há muitas ruas a precisar” de obras e aquela não é uma delas. Mas este será apenas o arranque de um projeto maior, que prevê colocar um ponto final à circulação e ao estacionamento ilícito de carros na zona pedonal da artéria.

 

O anúncio do arranque da empreitada teve direito a um vídeo publicado pela presidente da Câmara, Luísa Salgueiro, na sua página de Facebook, onde a autarca fala na primeira pessoa e refere um “grande investimento em termos de requalificação de todo o espaço público” daquela artéria, envolvendo “equipamento e mobiliário urbano”.

 

A informação distribuída aos comerciantes fala apenas na “reparação do pavimento da Rua Brito Capelo”. Esta parte da intervenção, dividida em duas fases, durará até ao final do mês. Até ao dia 17, a obra ocupará a Brito Capelo entre a Rua Sousa Aroso e a Avenida da República. Depois, os trabalhos prosseguem entre a Rotunda da Anémona e o cruzamento com a Rua Sousa Aroso até ao dia 27. Esta fase da empreitada municipal vai custar 95 mil euros. Mas, no início do próximo ano, a Câmara prepara-se para retirar os automóveis da zona pedonal.

“Causa muita ansiedade”

 Carla Valente, 49 anos, proprietária de uma loja de roupa, também admite não ouvir “ninguém a queixar-se” do pavimento naquele troço da Rua de Brito Capelo. Abriu o estabelecimento na artéria comercial há 17 anos e admite que a rua tem vindo a recuperar, mas o mês não está a começar como gostaria. “Vamos ficar sem estacionamento para os clientes. E o senhorio também subiu a renda”, lamenta. Prevê, ainda, novos constrangimentos com o arranque breve da construção de vários prédios de habitação. “Há umas semanas mudaram o pavimento dos estacionamentos. Desde a passada sexta-feira, estão a bloquear os lugares todos”, relata Joana Nabais, 43 anos, responsável pelo restaurante vegetariano “Ju de Ló”.

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créditos: JN

TVSH 03/09/2024

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