Linha Rubi sem licenças até conclusão da linha Rosa e do metrobus

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Rui Moreira vai propor à Câmara do Porto que não conceda licenças para obras da linha Rubi que provoquem alteração ou constrangimentos à mobilidade até as obras da linha Rosa e do metrobus estarem concluídas, foi hoje anunciado.

 

A medida faz parte de uma proposta de recomendação assinada pelo presidente da câmara, Rui Moreira, para a próxima reunião de executivo, na segunda-feira, relacionada com as obras do metro e onde é também pedido ao Governo “uma urgente avaliação do estado das obras em curso e uma auditoria sobre a fiscalização e alterações de projeto verificadas das mesmas e sobre as medidas de segurança nas várias frentes de obra”.

A decisão sucede à intervenção do autarca na última assembleia municipal do Porto, na segunda-feira, em que revelou que o município não permitirá “mais nenhuma frente de obra” do metro, defendendo que a cidade “está caótica” devido às obras da linha Rosa e ‘metrobus’.

Na proposta a que a Lusa teve acesso, a autarquia manifesta a “crescente preocupação” relacionada com as obras promovidas pela Metro do Porto de ampliação da sua rede, reconhecendo “não ser possível concretizar obras sem que estas tenham impacto significativo na vida de uma cidade”.

Neste momento, estão em construção a linha Rosa, que irá ligar a Casa da Música a São Bento, com estações intermédias na Praça da Galiza e no Jardim do Carregal, e a linha de Bus Rapid Transit (BRT), um sistema de pré-metro, que ligará a Casa da Música à Praça do Império e a Matosinhos Sul.

Acresce a isto, continua o documento, “que as obras em curso, quer na linha Rosa quer da linha de BRT, não cumprem os calendários, não são sinalizadas devidamente, não acautelam questões básicas de segurança”.

Em matéria de atrasos na execução da linha de BRT, entre a Casa da Música e a Praça do Império, a empreitada conta com 121 dias atrasados, sendo que a conclusão da intervenção só irá acontecer no final de julho de 2024, assinala a autarquia entre vários exemplos que assegura ter “há muito sinalizados”.

Sobre a linha Rubi, que irá ligar a Casa da Música, através do Campo Alegre e de uma nova ponte, a Vila Nova de Gaia, mais precisamente até Santo Ovídio, lembra o município que o traçado “não é o mais desejável” e que pelo “impacto paisagístico e pela inserção urbana, era recomendável que a travessia fosse feita a jusante, e que a possibilidade de utilização da ponte da Arrábida não tivesse sido descartada”.

Por isso, sobre as novas ligações de Gondomar até Campanhã e do Aeroporto até a Asprela, o município quer “deixar claro que a sua inserção e percurso deverão ser consensualizados com a Câmara Municipal do Porto, evitando-se o facto consumado”.

Sobre as obras em curso, afirma o município, “não falta quem, com razão, aponte para o desmesurado custo que resulta não tanto das obras e das suas inevitáveis consequências, mas da forma como decorrem com deficiente planeamento”.

Lembra, a propósito, o município as inundações verificadas em janeiro no Porto “com assinalável impacto devido às obras da linha Rosa, que foi causada pelo método construtivo e pelas decisões por parte da Metro do Porto e dos seus empreiteiros que deveriam ter sido avaliadas previamente pela Águas e Energia do Porto E.M., como concluiu o relatório do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil”.

Atualmente, a Metro do Porto conta com seis linhas em operação, estando em construção uma extensão da Linha Amarela (D) entre Santo Ovídio e Vila d’Este (Vila Nova de Gaia), a Linha Rosa (G), entre São Bento e Casa da Música (Porto), uma linha de ‘metrobus’ entre Casa da Música e Praça do Império (aguarda-se lançamento da extensão à Anémona), e o arranque das obras da Linha Rubi (H), entre Casa da Música e Santo Ovídio, que inclui uma nova ponte sobre o rio Douro, está previsto para o final deste ano.

A Lusa tentou uma reação da Metro do Porto, mas até ao momento não foi possível.

 

Créditos: Lusa

TVSH 03/11/2023

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