Concurso para ponte rodoviária sobre o Douro poderá “não prosseguir”

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O vereador do Urbanismo da Câmara do Porto afirmou hoje que as propostas apresentadas no concurso da nova ponte rodoviária sobre o rio Douro “estão acima do preço base” e que o mais provável será o concurso “não prosseguir”.

 

“Apesar do relatório do júri ainda não ter sido aprovado (…) todas as propostas que vieram a concurso estão acima do preço base. Suspeitamos que o futuro do concurso será o de não prosseguir”, afirmou Pedro Baganha, durante a reunião do executivo da Câmara do Porto, quando questionado pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, sobre “o ponto de situação” da ponte D. António Francisco dos Santos.

Pedro Baganha destacou que, sobre esta matéria, “o município tem de fazer uma reflexão” face a “inegável” necessidade de ser criada uma travessia à cota baixa.

Em 30 de janeiro, também à margem de uma reunião do executivo, Pedro Baganha afirmou existir “alguma interferência geográfica” entre a ponte prevista para a alta velocidade e a ponte rodoviária D. António Francisco dos Santos, e que tal “tem de ser resolvido”.

“Posso adiantar que se verifica alguma interferência geográfica entre a ponte prevista pelo TGV e pela ponte prevista pelos municípios do Porto e de Gaia, e que essa interferência geográfica tem de ser resolvida, sob pena de os nossos cidadãos não compreenderem a racionalidade da utilização dos dinheiros públicos”, afirmou Pedro Baganha.

Em 25 de janeiro, a Câmara do Porto afirmou, em resposta à agência Lusa, que ainda aguardava a pronúncia do júri e a emissão do relatório preliminar relativamente à ponte rodoviária sobre o rio Douro, para poder, com a Câmara de Vila Nova de Gaia, tomar uma decisão.

A autarquia lembrou ainda que o relatório “será sempre sujeito a audiência prévia dos concorrentes” e que, só depois da sua pronúncia, “será emitido um relatório final que poderá ser do conhecimento público”.

Em 22 de dezembro de 2022, à margem de um almoço de Natal com os homólogos de Vila Nova de Gaia e de Matosinhos, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, adiantou que o relatório do júri deveria ser conhecido “durante os primeiros dias de janeiro”.

Questionado sobre a possibilidade de a ponte ter dois tabuleiros, albergando a linha de alta velocidade no tabuleiro superior e a rodovia no inferior, Rui Moreira disse acreditar que “as duas travessias devem ser compatibilizadas”.

“A alta velocidade introduz um novo fator que não deixará de pesar nas decisões que forem tomadas”, acrescentou, dizendo que a decisão dos municípios não vai nem ignorar nem excluir “que é necessário compatibilizar” as duas travessias.

O concurso público para a “Empreitada de Conceção-Construção da Ponte D. António Francisco dos Santos e Acessos” foi lançado a 25 de junho de 2021, pelo preço base de 38,5 milhões de euros.

A concurso foram admitidos sete candidatos: a empresa Puentes y Calzadas Infraestructuras S.L.U., o consórcio de Alexandre Barbosa Borges, S.A. e Construgomes Engenharia, S.A., o consórcio Mota-Engil, Engenharia e Construção, S.A. e Omatapalo – Engenharia e Construção, S.A., o consórcio Afavias – Engenharia e Construções, S.A., Casais – Engenharia e Construções, S.A. e Teixeira Duarte – Engenharia e Construções, S.A., o consórcio Ramalho Rosa Cobertar, Sociedade de Construções, S.A. e FCC Construcción, S.A., o consórcio Alberto Couto Alves, S.A., Alves Ribeiro, S.A. e Betar Consultores, Lda., e a empresa Conduril – Engenharia, S.A..

Em 21 de outubro de 2022, a Câmara do Porto adiantou à Lusa que, dos sete candidatos, seis tinham submetido propostas.

Questionada à época pela Lusa sobre o que acontecerá ao concurso, uma vez que a ponte em causa poderá vir a ser incluída no projeto da linha de alta velocidade, a autarquia remeteu para as declarações prestadas a 27 de setembro pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, quando afirmou que “se nada surgir em contrário, a ponte D. António Francisco dos Santos será naturalmente construída”.

 

TVSH 2023

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