“Vão descobrir os crimes todos que cometi, estou lixado”, ironiza Rio

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O antigo presidente do PSD reagiu com humor às buscas realizadas pela Polícia Judiciária. “Daqui vou para o médico porque estou a sentir-me mal, cheio de medo”, afirmou, realçando que “ainda não” é arguido. Mais tarde afirmou que os pagamentos em causa não são ilícitos, sendo uma prática “de todos os partidos”.

 

Durante as buscas a sua casa, no Porto, o antigo presidente do PSD, Rui Rio, apareceu à varanda e esteve à conversa com os jornalistas, mostrando-se tranquilo e ironizando em relação às suspeitas. “O pior dia da minha vida? É, é, nunca vi coisa tão má”, brincou, acrescentando, também com sarcasmo, que vão descobrir os crimes todos que cometeu. “Estou lixado”, atirou, sorridente.

Além disso, afirmou que não é arguido no caso. “Ainda não. Não fui mas podia ser porque já fui cinco vezes arguido na vida. Desta vez ainda não”, realçou.

Questionado se está a encarar as buscas com tranquilidade, Rui Rio voltou à ironia. “Não, não, vou daqui para o médico porque estou a sentir-me muito mal, estou cheio de medo. Não posso estar tranquilo se vão descobrir tudo o que roubei”, referiu.

Tal como o JN noticiou, a Polícia Judiciária (PJ) efetuou esta quarta-feira buscas no PSD e na casa do antigo presidente do partido. Em causa está a alegada utilização de dinheiros públicos para pagamento de serviços de assessoria prestados ao partido. Há uma dezena de assessores visados, sendo um deles o atual deputado Hugo Carneiro, também alvo de buscas.

Em comunicado a PJ esclarece que “está em causa a investigação à utilização de fundos de natureza pública, em contexto político-partidário, existindo suspeitas da eventual prática de crimes de peculato e abuso de poderes (crimes da responsabilidade de titulares de cargos políticos), a factos cujo início relevante da atuação se reporta a 2018”.

O primeiro-ministro, António Costa, também já reagiu às buscas realizadas no PSD, afirmando que “ninguém está acima da lei” e que é preciso “deixar à justiça o que é da justiça”. Em declarações aos jornalistas em Vilnius, onde decorre a cimeira da NATO, o chefe de Governo português defendeu que os cidadãos “têm motivos para confiar na justiça portuguesa”. “Ninguém está acima da lei, seja o cidadão comum, seja o primeiro-ministro. Portanto, se houver alguma suspeita, o Ministério Público deve atuar”, sublinhou.

“Tudo isto é justamente para afetar a minha imagem”

A meio da tarde, questionado novamente pelos jornalistas enquanto saía de carro, Rui Rio explicou que este caso “vem a público” precisamente porque, na altura, estavam “a trabalhar no sentido da reestruturação dos recursos humanos”, estando em causa “uma prática de todos os partidos”.

“Se continuo a ser o homem das contas certas? Para já sim, mas isto não moraliza muito”, respondeu, acrescentando que o objetivo é afetar a sua imagem. “Se afeta ou não, não sei. Eu também já tenho 30 anos de vida pública”, afirmou, frisando que os pagamentos em causa “não são ilícitos”.

Rio disse ainda que não falou com a liderança do PSD porque lhe apreenderam o telemóvel.

Créditos: Jornal Noticias

TVSH 2023

 

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