Especialistas alertam sobre riscos do avanço das águas do mar.
Há zonas do País onde já se devia ter começado a realojar pessoas, defendem especialistas e investigadores do clima, sustentados nas projeções avançadas pela Climate Central para 2030 de inundações anuais, relacionadas com a subida das águas do mar no território nacional.
Os estuários do Tejo e Mondego preocupam os especialistas, mas as zonas mais a norte, no distrito de Aveiro, são as que mais assustam. Esmoriz, Espinho, Matosinhos, incluindo o Porto de Leixões, Ofir e Viana do Castelo também inspiram cuidados.
Adriano Bordalo de Sá, hidrobiólogo e investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, dá o exemplo das torres de Ofir, em Braga, sublinhando que já deviam ter sido demolidas. “Um caso paradigmático são as torres de Ofir em que, desesperadamente, se tenta que elas se mantenham erguidas, quando, se vivêssemos num país a sério, elas há muito teriam sido demolidas, e não se teria gastado dinheiro público para proteger interesses privados”, vaticina.
O problema, segundo o investigador, já não se resolve “com paninhos quentes”, defende que “em breve, vamos ter de começar a retirar pessoas da zona costeira”. Uma forma de poupar aos cofres do Estado, defendendo que “é mais barato prevenir do que tratar”.
Créditos: CM
TVSH 2021