POLÍTICOS
Joaquim Jorge
Eu vivo numa democracia, contudo ela enferma de tantos defeitos que, às vezes, questiono-me se é mesmo uma democracia!
Com a evolução social e o agravamento da pandemia, as pessoas cada vez têm menos tempo para pensar, além, do emprego, cuidar dos filhos, descansar e ter dinheiro até ao fim do mês.
A ordem das prioridades dos portugueses não passa por estarem preocupados com a democracia e o seu funcionamento. Isso não contribui em nada para a sua felicidade.
Os portugueses têm outro tipo de preferências, nota-se quando é para ir votar, cerca de cinco milhões faz um manguito a deslocar-se para o fazer.
Segundo um estudo das Selecções Reader`s Digest, durante dezoito anos, o reconhecimento e a gratidão devotados à figura do bombeiro, foram espelhados na votação de confiança expressa nesta profissão que sempre ultrapassou os 90%.
Com a pandemia, o mundo alterou-se e a classe de cientistas/investigadores tendo em conta os momentos de angústia e apreensão granjeou a maior confiança.
Mas quem não sai do fundo da tabela são os políticos.
Contribui para isso o abuso de funções públicas para benefício privado e para manter o poder. A corrupção em sentido geral: cunhas, favorecimentos, conflito de interesses, portas giratórias.
E, não podemos deixar de pensar: Novo Banco, BES, SNS, Justiça, Educação, o domínio do PS na imprensa, Sócrates, entre outros.
Portugal precisa de mais oposição, menos unanimismo e mais gente a pensar de forma diferente.
É preciso justeza, para quem se sente excluído pelo mundo de favores e privilégios, assente no poder dos “mesmos de sempre”, assente no dinheiro, assente numa hierarquia em que uma minoria são “filhos” e uma enorme maioria são “enteados”.
Há políticos que não o são, não servem, não ajudam, não organizam e não administram. É importante a população consertá-los.
Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores
TVSH 2021