· “RECUPERAÇÃO ECONÓMICA SÓ SERÁ SENTIDA EM 2024” – MIGUEL OLIVEIRA, CEO DA EDIGMA
· “SÓ COM APOIOS INDIRETOS SERÃO TRANSFORMADOS OS PEQUENOS E MÉDIOS NEGÓCIOS EM PLAYERS INTERNACIONAIS” – MIGUEL MASCARENHAS, CEO DA FIXANDO
A Fixando e a Edigma responderam a um inquérito da pressmedia sobre a sua visão do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) português, submetido à União Europeia no final do mês de abril, e que contempla apoios que rondam os 3 mil milhões de euros e ambas enfatizam a necessidade de um apoio constante à transformação digital.
“Face aos indicadores, a recuperação da atividade económica em Portugal não será uma realidade antes de 2024, embora no nosso negócio a recuperação plena será atingida mais cedo”, antecipa Miguel Oliveira, CEO da Edigma.
Já Miguel Mascarenhas, CEO da Fixando, entende que a recuperação da atividade económica do país está diretamente ligada com a evolução científica e ao paradigma da saúde pública nacional.
“O investimento para a Investigação, Desenvolvimento e Inovação, juntamente com os apoios à capitalização, por exemplo, impulsionarão, finalmente, a urgente transição económica para o digital que, quando acompanhada pelos apoios indiretos terão a capacidade de transformar os pequenos e médios negócios em players internacionais, evidenciando, no mercado Europeu, as valências das empresas nacionais” esclarece o CEO da Fixando.
“É fundamental termos empresas ágeis e mais digitais, que sejam um acelerador da economia, uma derradeira oportunidade para as organizações que ainda não o fizeram, aproveitarem para a sua efetiva digitalização e reorganização funcional”, complementa o CEO da Edigma.
A urgência nesta transformação, sentida principalmente após a pandemia do novo coronavírus, esbarra num “porém”, visto que Portugal regista os pacotes de telecomunicações mais caros da Europa.
“Falta ao plano um maior foco nas vantagens inerentes à própria digitalização, de forma que exista interesse e disposição não só para fazer essa transição, mas também para impulsionar o acesso a recursos por parte destes profissionais de forma a permitir rapidez, mobilidade e eficácia na realização dos seus serviços, já que os valores dos pacotes de comunicações constrangem a sua aquisição por parte de pequenos empresários e por parte das famílias portuguesas”, sublinha o responsável da Fixando.
Recorde-se que o Plano de Recuperação e Resiliência português, submetido à Comissão Europeia no final do mês de abril está estruturado em torno de três pilares essenciais: resiliência, clima e transformação digital, e prevê mais de 16 mil milhões de euros em subsídios para usufruir até 2026.
Miguel Oliveira entende que se trata de montantes adequados à realidade do País, exigindo que haja agora uma concentração na execução do Plano para que tenha efeitos na economia o mais rápido possível.
“É fundamental termos empresas ágeis e mais digitais, que sejam um acelerador da economia, pois esta é uma oportunidade para as organizações aproveitarem a efetiva reorganização funcional e a sua digitalização”, defende.
Para este responsável, fica a ideia de que as verbas serão distribuídas por uma panóplia muito alargada de medidas, fundamentalmente para financiar investimentos públicos que na prática é idêntico a todos os países europeus.
“Mais do que acrescentar mais medidas, julgo que será mais prudente e eficiente canalizar os apoios para as medidas que nos darão mais garantias de retorno na recuperação dos países e que garanta, para além de Estados mais eficientes, empresas mais inovadoras e produtivas”, sustenta Miguel Oliveira.
Para o responsável da Fixando, o PRR deve ser encarado não como uma solução a curto e médio prazo para atenuar os efeitos económicos e sociais da crise pandémica, mas como uma oportunidade para, estrategicamente, assegurar que a economia e a sociedade portuguesa adquiram a robustez necessária para enfrentar, caso aconteçam, novas situações de crise sem depender de apoios externos.
“É fundamental que o atual Plano se traduza em ações estratégicas que recoloquem o país de forma competitiva nos mercados Europeus em múltiplas áreas, afastando a permanente dependência económica do turismo, alargando o horizonte dos empresários portugueses, proporcionando-lhes uma formação adequada e um apoio constante ao longo da transição digital”, enfatiza Miguel Mascarenhas.