“[O reboque] está a decorrer neste momento. Está mais atrasado do que previmos”, informou o comandante da Capitania do Douro e Leixões.
O comandante da Capitania do Douro e Leixões afirmou esta quinta-feira que “já foram tomadas medidas e decisões” para permitir a entrada no porto de Leixões, em Matosinhos, do navio Greta K, onde na terça-feira deflagrou um incêndio. Deverá chegar cerca das 18h00, revelou à Lusa o comandante da Capitania do Douro e Leixões, Silva Rocha.”[O reboque] está a decorrer neste momento. Está mais atrasado do que previmos. [Circula] à velocidade de segurança e o mar também está forte (…) tem de vir em segurança para não partir os cabos do reboque”, explicou, pelas 16h00, Silva Rocha, que ao final da manhã, em conferência de imprensa, estimou que a operação demorasse cerca de três horas.
Recordando que o navio não tem propulsão e que, por isso, tem de ser rebocado, o responsável da capitania estimou que chegue ao porto de Leixões, em Matosinhos, distrito do Porto, por volta das 18h00.
O responsável, que falava em conferência de imprensa, em Leça da Palmeira, Matosinhos, distrito do Porto, lembrou que “o mau tempo [previsto para esta tarde] está a aproximar-se muito rapidamente”.
“A partir do meio da tarde, teremos uma altura [das ondas] bastante problemática para a operação do navio e, portanto, exige alguma rapidez nesta fase. A decisão já estando tomada e havendo condições de segurança será mais rápido”, sublinhou.
Questionado sobre a operação de trasfega do combustível, o comandante Silva Rocha frisou que “a prioridade é dar a entrada do navio, atracar em segurança”.
“Depois iremos passar à fase seguinte, que tem a ver com a estabilização da situação e eventual descarga do material”, disse, acrescentando que “não há fugas, nem há perigo ambiental”.
“Já foram feitas medições através da Fragata Corte Real da Marinha Portuguesa, que se encontra a acompanhar o navio, e as medições permitem aferir, com grande grau de certeza, que a situação está estabilizada e não há perigo de incêndio”, sustentou.
De acordo com o comandante Silva Rocha, “por causa das condições de mar, já não foi possível fazer uma entrada presencial no navio e, portanto, as medições foram feitas por equipamento eletrónico à distância”.
Relativamente à origem do incêndio, o comandante disse na quarta-feira ainda desconhecer “o que aconteceu”, adiantando que os 16 tripulantes da embarcação já começaram a ser ouvidos no âmbito do inquérito administrativo e técnico para perceber o que motivou a ocorrência e fazer uma avaliação do problema, mas sem qualquer cariz judicial.
Segundo a Marinha Portuguesa, o alerta para o incêndio no navio-tanque Greta K, com bandeira de Malta, que se encontrava a navegar a cerca de uma milha e meia de costa, cerca de três quilómetros, junto à praia dos Ingleses, na Foz do Douro, foi dado cerca das 15h30 de terça-feira para o “Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa, da Marinha”.
O navio tinha 19 pessoas a bordo, todas de nacionalidade filipina.
A Marinha e a Autoridade Marítima Nacional alertam na quarta-feira para o “agravamento considerável” das condições meteorológicas e de agitação marítima em Portugal continental, desde as 06h00 desta quinta-feira e até ao meio-dia de sábado.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já tinha colocado sob “aviso amarelo” nove distritos do continente até sexta-feira devido à previsão de agitação marítima, com ondas de noroeste com 4 a 4,5 metros.
O aviso destina-se aos distritos do Porto, Aveiro, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja (costa alentejana) e Braga.
O “aviso amarelo”, o menos grave, é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
TVSH 2023