Autocarros percorrem via, em Guifões, em ambos os sentidos, rente a casas, fazendo tilintar os copos dentro das casas à passagem.
Começa-se a subir a Rua da Lomba, estreita, sem passeios, e pasma-se: não só tem dois sentidos como passam autocarros em cada um deles, sem que consigam cruzar-se. O rol de percalços e acidentes que ali têm palco é narrado pelos moradores, que já expuseram à Junta de Guifões e à Câmara de Matosinhos os perigos a que diariamente estão sujeitos.
Há autocarros que abalroam carros e casas, sacudidas a cada passagem, paralelos soltos que ora voam quando passam veículos, ora fazem cair peões, e circulação a velocidades excessivas. “Qualquer dia há aqui uma desgraça”, avisa Sérgio Moura, que vive ali há três anos e fez chegar várias reclamações à Câmara.
Quem ali mora pede a “colocação de lombas” e que se faça reparações no piso, porque “os paralelos estão soltos” e já provocaram incidentes. Como a queda de uma idosa, dia 9. “A minha mãe com 80 anos tropeçou num paralelo solto. Gritava que era uma coisa louca: rebentou um joelho e magoou-se no peito e nas mãos”, descreve a filha, Ana Ferreira. Foi Sérgio Moura quem se precipitou para a rua, em seu socorro. “Acordei com os gritos. Ela estava estendida na rua e tive de levantá-la. Se tivesse sido de noite, podia haver uma tragédia”, recorda.
“Às vezes, parece uma pista de automóveis”, denuncia o morador, enquanto a mulher, Carla Pinheiro, reforça que “o excesso de velocidade piorou e há falta de segurança”, a qual se estende ao cruzamento com a Rua Teófilo Carvalho dos Santos devido à falta de visibilidade”, agravada por “um espelho que não é funcional quando está mau tempo”.
“A rua ficou pior desde que fizeram o saneamento. Uma vez, passou um autocarro e um paralelo solto levantou-se no ar, entrou no meu pátio e bateu na porta. Se fossemos a sair, levávamos com ele na cabeça”, testemunha Ana Ferreira.
“Ouvimos copos tilintar”, conta Carla Pinheiro, que, tal como os vizinhos, crê que “o problema da velocidade pode remediar-se com lombas”. Diante de uma caixa de persiana amolgada por um autocarro, Hélder Andrade aponta o carro riscado: “Já é a terceira vez que um autocarro mo leva à frente”.