Município antecipa descarbonização do concelho.
Matosinhos atingiu, em 2020, a meta de descarbonização prevista para 2030. Face a 2009, ano em que foi elaborada a Matriz de Energia do Município (considerado, portanto, o ponto de partida para a neutralidade carbónica), foram reduzidas em 40,2% as emissões de carbono.
Os resultados foram apresentados hoje na Casa da Arquitetura, por Rui Pimenta, da Agência de Energia do Porto, numa sessão onde marcou presença o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro.
Na sessão de abertura, a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, frisou que “as alterações climáticas não pedem autorização para mudar as nossas vidas”, dando como exemplo os incêndios florestais, os períodos de seca severa e a subida do nível do mar.
A reabilitação energética de edifícios municipais, dos conjuntos habitacionais e da iluminação pública, a eletrificação da frota municipal, a instalação de carregadores elétricos, o aconselhamento sobre incentivos à reabilitação de edifícios e à produção de energia renovável, a promoção da mobilidade elétrica, o incentivo ao uso dos transportes públicos, são apenas algumas das medidas implementadas ou em curso.
Tendo em consideração o trabalho já desenvolvido, a autarquia traçou como objetivo reduzir em 85% as emissões de carbono até 2030, antecipando, assim, a meta de descarbonização prevista para 2050.
Novas medidas serão adotadas nas áreas da energia, transportes, indústria, resíduos e solo, como o incentivo à investigação e inovação para a sustentabilidade na indústria, a promoção de uma economia industrial hipocarbónica, a gestão do uso do solo, a promoção do transporte suave, a sensibilização para a reciclagem e redução de resíduos, entre muitas outras.
O ministro do Ambiente recordou que, o compromisso de Portugal de atingir a neutralidade carbónica em 2050 “parecia uma meta muito ambiciosa, mas, na realidade, é acessível como se viu pelo exemplo de Matosinhos”. Duarte Cordeiro salientou que este “é um esforço coletivo”, elogiando o trabalho dos municípios nesta área num momento difícil em virtude da pandemia, da guerra na Ucrânia e da subida da inflação.
Seguiu-se uma mesa redonda dedicada ao tema “O Futuro Sustentável de Matosinhos”. Moderado pela vereadora do Ambiente e da Transição Energética, Manuela Álvares, o debate contou com a participação de Pedro Norton, Chief Executive Officer da Finerge, Mariana Silva, Diretora de Sustentabilidade da Sonae MC, Nuno Oliveira, Administrador da Soltráfego, Rui Felizardo, do Ceiia, Rui Ferreira, Administrador Executivo da Super Bock Group, e Gonçalo Guerra, Executive Director for Support Units da Porto Bussiness School.
A cerimónia terminou com a atuação da Banda Filarmónica Matosinhos Leça.
TVSH 2022