Matosinhos quer uma ligação direta ao transporte metropolitano e rede ferroviária na envolvente ao aeroporto. A autarquia justifica a decisão com “conexões mais rápidas aos concelhos vizinhos” da AMP.
A Câmara de Matosinhos justificou esta sexta-feira a opção por um metrobus até ao aeroporto com conexões mais rápidas aos concelhos vizinhos da Área Metropolitana do Porto (AMP), ao invés do que acontece com a estação do Senhor de Matosinhos.
“A estação de metro do Senhor de Matosinhos dista 35 minutos do centro do Porto, 1h20 da Póvoa [de Varzim] e 52 minutos do centro da Maia. Por sua vez, a envolvente ao Aeroporto fica a uma distância de 27, 40 e 35 minutos, respetivamente”, refere a Câmara de Matosinhos em resposta enviada hoje à Lusa.
Assim, é “essa vantagem comparativa, para além da proximidade, que justifica este estudo preliminar de ligação à rede do Metro a nascente e não a sul”, explica a autarquia.
Matosinhos quer “uma ligação direta ao transporte metropolitano (no presente) e rede ferroviária (no futuro) na envolvente ao aeroporto”.
A Lusa tinha questionado a autarquia liderada por Luísa Salgueiro (PS) acerca dos 20 milhões de euros previstos pelo Plano Territorial para uma Transição Justa (PTTJ) de Matosinhos para “infraestruturas de transportes urbanos limpos”, que corresponde à maior dotação dos 60 milhões de euros do plano gizado na sequência do encerramento da refinaria da Petrogal.
Os 20 mihões de euros dizem “respeito ao corredor de transporte público de acesso à área a ceder pela Galp para fins de interesse público (área dedicada à ciência e tecnologia, dinamizada pela U. Porto) de forma a aumentar a competitividade daquela área industrial afetada pelo encerramento das fábricas do Complexo Petroquímico”.
A antiga refinaria de Matosinhos vai dar lugar a uma cidade da inovação ligada às “energias do futuro”, no âmbito de um protocolo de cooperação entre a Galp, a Câmara de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
A autarquia confirmou ainda que “o investimento” de 20 milhões de euros “terá de ser suficiente”, quando questionada se haveria mais verbas destinadas ao Bus Rapid Transit (BRT – vulgo metrobus).
“As prioridades de Matosinhos no âmbito metropolitano são as linhas de BRT ao Aeroporto e Boavista e de metro ao Polo Universitário via São Mamede de Infesta. Não existem condições técnicas e financeiras para inserir outras prioridades que procurem minimizar as deslocações intermunicipais”, refere ainda a resposta.
O objetivo da Câmara de Matosinhos é “executar até 2026” a ligação ao aeroporto. Está também em equação a ligação a Leça da Palmeira e Matosinhos.
A autarquia disse ainda que “a Metro do Porto está a trabalhar na expansão da rede metropolitana, articulando com a rede existente na Maia, Gondomar, Gaia, Vila do Conde e Póvoa”, e que o objetivo do metrobus é “fazer a ligação à rede existente”.
No dia 22 de junho, a Câmara de Matosinhos confirmou à Lusa que encomendou um estudo para implementar um metrobus entre o aeroporto e a Petrogal, estando ainda em equação a ligação a Leça da Palmeira e Matosinhos.
“Abrange a ligação do aeroporto [Francisco Sá Carneiro] à zona nascente dos terrenos da Petrogal, mas está em análise também o traçado de ligação a Leça da Palmeira e Matosinhos”, referiu então a autarquia, em resposta a questões da agência Lusa.
Em causa está um estudo encomendado à empresa Trenmo para a “análise exploratória para a viabilidade de implantação de um BRT [Bus Rapid Transit, vulgo metrobus] em Matosinhos”, assinado em fevereiro deste ano, publicado no portal de contratos públicos Base.
Créditos: Lusa
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