A chuva intensa que caiu esta manhã na região do Porto já deixou ruas e lojas alagadas. A Autoridade Nacional da Proteção Civil avançou que se registaram 193 ocorrências até às 13h00.
Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara do Porto, reagiu às inundações que atingiram a cidade ao final desta manhã de sábado, admitindo que as obras do Metro do Porto decorrer na Baixa da cidade, podem ter contribuído para as enxurradas mas não terão sido a causa. “Mas estamos preocupados e a estudar formas de não voltar a acontecer”, referiu.
O vice-presidente de Rui Moreira garantiu que a segurança de pessoas e bens não está em causa – “está garantida a segurança de todos” – mas registou que “pela primeira vez”, a água das chuvas não drenou pelo rio Vila, que corre por baixo do solo naquela zona. “Nós temos um rio que passa aqui por baixo, que normalmente transporta a água. Estamos a avaliar porque é que pela primeira vez isto aconteceu. Se não detetarmos maneiras de corrigir, pode acontecer de novo”, constatou.
O “fenómeno que nunca a cidade viu neste espaço” não está relacionado com nenhum rebentamento de conduta, garante ainda a Autarquia.
O vice-presidente da Câmara do Porto afirmou que o que ocorreu foi “uma tormenta” na cidade, com uma “grande” queda de água que provocou “56 ocorrências”, com danos na Rua Mouzinho da Silveira, que está interditada.
“Nós tivemos uma tormenta, tivemos uma grande queda de água num curto espaço de tempo, foi isso que se verificou. Na cidade tivemos 56 ocorrências que estão todas praticamente resolvidas”, declarou aos jornalistas Filipe Araújo, vice-presidente com os pelouros do Ambiente e Transição Climática e também da Inovação e Transição Digital.
O autarca assegurou que a autarquia estava preparada para a intempérie e com as suas equipas no terreno “Estávamos preparados com todas as equipas no terreno. Temos muitas equipas de todas as áreas da Proteção Civil, dos Bombeiros, as equipas de limpeza, todas elas estão e estavam preparadas para a intempérie“, assegurou.
A forte precipitação que se registou na manhã deste sábado, durante menos de uma hora, na região do Porto provocou várias inundações.
Uma inundação na Estação de S. Bento, no Porto, interrompeu a circulação do metro entre as estações da Trindade e do Jardim do Morro, em Gaia.
Estação de metro de São Bento reaberta
A estação de metro de São Bento foi entretanto reaberta, pelas 16:10, depois de terminados os trabalhos de limpeza, e está operacional, disse à agência Lusa fonte oficial da Metro do Porto.
A Autoridade Nacional da Proteção Civil, contactada pelo DN, avançou que entre as 23h00 de sexta-feira e as 13h00 deste sábado se registaram 193 ocorrências, todas esta manhã, 75% das quais relacionadas com inundações e 13% com limpeza de vias.
O comandante José Miranda, oficial de operações, explicou que o pior período foi entre cerca das 11h40 e as 12h30 e na região metropolitana do Porto. As zonas mais afetadas são o centro do Porto e Vila Nova de Gaia.
Na região de Braga também se registaram inundações, refere a CMTV.
A Proteção Civil diz, contudo, que em comparação com a região do Porto, as ocorrências em Braga, Viana do castelo ou Aveiro, que também estavam sob alerta laranja do IPMA, foram “residuais”.
A Proteção Civil emitiu na sexta-feira um aviso à população para o agravamento das condições meteorológicas no fim de semana, com chuva e vento forte e agitação marítima, recomendando a adoção de medidas preventivas.
Alguns percursos de autocarros com desvios
A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) anunciou que a sua rede de autocarros se encontra a operar normalmente, apesar de as fortes chuvas que atingiram a cidade obrigarem a desvios em algumas linhas.
“Na sequência das enxurradas verificadas hoje no centro da cidade do Porto, a STCP informa que a rede de autocarros se encontra a operar normalmente, adiantou a empresa em comunicado.
A STCP avançou que foi necessário proceder a alguns desvios nas linhas que circulam pela zona de São Bento/Marginal, caso da linha 500 (Praça da Liberdade — Matosinhos [Mercado]), que está a ser desviada pela Rua da Restauração, e da linha 403 (Boavista [Casa Música] – Campanhã), que está a ser desviada pela Rua do Freixo.
“Relativamente à circulação da linha 1 do carro elétrico (Infante – Passeio Alegre), foi temporariamente suspensa ao final da manhã, para trabalhos de limpeza da via, tendo retomado a sua normal circulação a partir das 15:00”, referiu ainda a empresa.
Inundações e quedas de muros em Gaia
Os Sapadores de Vila Nova de Gaia registaram mais de 60 ocorrências entre as 10:30 e as 13:00 motivadas pela chuva forte que caiu no concelho e que encerrou várias estradas.
“Recebemos mais de 60 pedidos de ajuda, sendo que 90% das situações foram na freguesia de Canidelo”, revelou à Lusa fonte dos Sapadores, que anotou ainda ocorrências nas freguesias vizinhas de Santa Marinha, Afurada e Valadares.
A fonte assinalou ainda serem as “inundações e quedas de muros” as ocorrências que mais se verificaram.
Sem registo de feridos foi, ainda assim, necessário “retirar uma pessoa de um carro que foi inundado pela água na Avenida professor Orlando Ribeiro”, acrescentou.
A fonte deu conta ainda do “encerramento da Rua da Praia, na Afurada, devido ao aumento do caudal do rio Douro”.
Créditos: DN
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