De Lou Reed no S. João ao êxito dos Arcade Fire: Os bastidores dos concertos das estrelas em Portugal

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Um pino de Leonard Cohen e garrafas contra os Oasis: as histórias dos grandes concertos e festivais de verão das últimas décadas.

Admirado ao ver as ruas portuenses cheias de alho-porro, manjericos, erva-cidreira, Lou Reed perguntou do que se tratava e explicaram-lhe que iria ser a noite de S. João, “em que não há ricos e pobres, todos vêm para a rua festejar alegremente até de madrugada”. O ex-Velvet Underground decidiu que queria ver, mas os membros da organização alertaram que teriam de regressar, no máximo, às 10h da noite, pois, no dia seguinte, havia concerto. No meio daquele mar de gente feliz, em que lhe batiam com martelinhos de plástico na cabeça (“se fosse em Nova Iorque”, comparava, “quem se aproximasse assim era para me espetar uma faca na barriga”), comprou tudo o que era necessário para se inserir naquele ambiente, entrou nos sítios onde se comiam rojões e se bebia vinho verde, e repetia, até voltarem ao hotel às 6h da manhã, que aquela “era a melhor festa” que vira na vida.

Nessa noite são-joanina, Lou Reed não parecia o mesmo da véspera, quando disse que só atuava 50 minutos e nem sequer regressaria para qualquer ‘encore’. Mas os camarins do Dramático de Cascais ficavam no piso de baixo do palco e o público não parava de aplaudir e de bater com os pés, fazendo uma barulheira insuportável. Lá conseguiram convencê-lo a voltar ao palco e, então, tocou o dobro do tempo do que se tornaria a “primeira parte” da atuação do autor de ‘Walk on the Wild Side’. Sorte diferente tiveram os fãs portuenses, pois esse concerto de 1980 foi mesmo cancelado.

TVSH 2021

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